Por Sandra Domingues
No próximo dia 17 completa 10
anos da precoce partida do jovem Allan
Diego Henrique Barbosa, vítima de negligência médica.
Durante 10 anos sua mãezinha
guerreira, Ana Lucia Henriques Barbosa,
lutou para que a justiça fosse feita. Foram anos panfletando e carregando
banners de alerta e no combate enfrentou toda guerra que surgiu. Foi
processada, julgada e condenada.
Por diversas vezes teve que
segurar o grito de revolta na garganta, mas não esmoreceu e lutou bravamente
para que outros jovens não tivessem a vida ceifada por conta de negligência
médica e para que outras mães não tenham que vivenciar a dor que ela carrega no
peito há 10 anos.
Nada trará a vida de Allan de
volta, mas nos acalenta saber que a justiça está sendo feita. No mês passado, por
unanimidade de votos, o CFM (Conselho Federal de Medicina) negou recurso e
aplicou a pena de censura pública em Diário Oficial ao Dr. Acácio Augusto Centeno Neto por infringir o
artigo 29 negligência e 88 do Código de Ética Médica.
Descanse em paz Allan Barbosa tendo a certeza no
reencontro com àqueles que você amou e aqui deixou. A separação é passageira, diante da eternidade que os une.
Do ocorrido:
Allan Diego Henrique Barbosa nascido em 02/07/1991 faleceu no dia
17/06/2009, aos 17 anos, vítima de negligência médica, após cirurgia bariátrica
(redução de estômago) ocorrida no dia 08/06/2009.
Allan tinha 1,87 e 176 quilos.
Ele precisava fazer cirurgia de redução de estômago porque estava impossibilitado
de exercer suas atividades normais para um garoto com a idade dele. 'Ele não
podia ir ao cinema, porque as cadeiras eram pequenas para ele; qualquer lugar
que precisasse sentar ele tinha que comprar duas vagas; além da discriminação
que ele sofria', conta a mãe de Allan.
De acordo com Ana Lúcia
Henriques Barbosa, mãe do jovem, Allan Barbosa foi fazer a cirurgia em um hospital
particular e o médico o operou com a equipe médica incompleta. 'Allan passou
mal já no apartamento e, de acordo com depoimento da própria equipe de
enfermagem do hospital, quando o médico foi informado do quadro de Allan, ele
simplesmente disse que tinha que cumprir agenda, pois precisava fazer outras
cirurgias e meu filho morreu', lembra emocionada.
Segundo o inquérito policial, passou
a se sentir mal no pós-operatório, mesmo comunicado pela família que o paciente
não estava bem, o médico só compareceu ao hospital 2 dias depois onde a vítima
estava internada.
Pela denúncia, o médico disse à
família que o quadro se reverteria normalmente com o passar dos dias e se
recusou a submeter o paciente a outro procedimento cirúrgico. Como o paciente
continuou a piorar, o médico teria feito uma segunda cirurgia no quarto dia do
pós-operatório.
O Ministério Público do Pará
denunciou por homicídio e pediu prisão preventiva do médico Acácio Augusto Centeno Neto, acusado
pela morte de Allan Diego Henrique Barbosa.
O promotor Luiz Márcio Teixeira
Cypriano denunciou o médico por homicídio culposo, quando não há intenção de
matar.