sábado, 15 de junho de 2019

10 anos sem Allan Diego Henrique Barbosa


Por Sandra Domingues 

No próximo dia 17 completa 10 anos da precoce partida do jovem Allan Diego Henrique Barbosa, vítima de negligência médica.

Durante 10 anos sua mãezinha guerreira, Ana Lucia Henriques Barbosa, lutou para que a justiça fosse feita. Foram anos panfletando e carregando banners de alerta e no combate enfrentou toda guerra que surgiu. Foi processada, julgada e condenada.

Por diversas vezes teve que segurar o grito de revolta na garganta, mas não esmoreceu e lutou bravamente para que outros jovens não tivessem a vida ceifada por conta de negligência médica e para que outras mães não tenham que vivenciar a dor que ela carrega no peito há 10 anos.

Nada trará a vida de Allan de volta, mas nos acalenta saber que a justiça está sendo feita. No mês passado, por unanimidade de votos, o CFM (Conselho Federal de Medicina) negou recurso e aplicou a pena de censura pública em Diário Oficial ao Dr. Acácio Augusto Centeno Neto por infringir o artigo 29 negligência e 88 do Código de Ética Médica.

Descanse em paz Allan Barbosa tendo a certeza no reencontro com àqueles que você amou e aqui deixou. A separação é passageira, diante da eternidade que os une.


Do ocorrido:

Allan Diego Henrique Barbosa nascido em 02/07/1991 faleceu no dia 17/06/2009, aos 17 anos, vítima de negligência médica, após cirurgia bariátrica (redução de estômago) ocorrida no dia 08/06/2009.

Allan tinha 1,87 e 176 quilos. Ele precisava fazer cirurgia de redução de estômago porque estava impossibilitado de exercer suas atividades normais para um garoto com a idade dele. 'Ele não podia ir ao cinema, porque as cadeiras eram pequenas para ele; qualquer lugar que precisasse sentar ele tinha que comprar duas vagas; além da discriminação que ele sofria', conta a mãe de Allan.

De acordo com Ana Lúcia Henriques Barbosa, mãe do jovem, Allan Barbosa foi fazer a cirurgia em um hospital particular e o médico o operou com a equipe médica incompleta. 'Allan passou mal já no apartamento e, de acordo com depoimento da própria equipe de enfermagem do hospital, quando o médico foi informado do quadro de Allan, ele simplesmente disse que tinha que cumprir agenda, pois precisava fazer outras cirurgias e meu filho morreu', lembra emocionada.

Segundo o inquérito policial, passou a se sentir mal no pós-operatório, mesmo comunicado pela família que o paciente não estava bem, o médico só compareceu ao hospital 2 dias depois onde a vítima estava internada.
Pela denúncia, o médico disse à família que o quadro se reverteria normalmente com o passar dos dias e se recusou a submeter o paciente a outro procedimento cirúrgico. Como o paciente continuou a piorar, o médico teria feito uma segunda cirurgia no quarto dia do pós-operatório.

O Ministério Público do Pará denunciou por homicídio e pediu prisão preventiva do médico Acácio Augusto Centeno Neto, acusado pela morte de Allan Diego Henrique Barbosa.
O promotor Luiz Márcio Teixeira Cypriano denunciou o médico por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

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